KINEMA - Sobre o MOVIMENTO!

Em verdade, não sei se tenho muito, ou o bastante para falar e tratar do movimento, pois estou sempre o conhecendo. Não sei se é um ato ou um fato que caracteriza os seres vivos, mas é certo que é uma contradição, pois se é tão intrínseco e natural ao ser, porque então a demora no aprendizado? Porque o esforço ao realizá-lo? Porque a preferência à acomodação, diante da capacidade de fazer coisas fantásticas, chegando ao porte da grandiosidade da reprodução do homem? Ora, se movimento é primordialmente o que produz vida, é preciso entender sua dimensão, até como uma forma de chegar mais perto de Deus, e/ou compreender melhor a evolução humana.
Movimento é evolução, é possibilidade, é a aplicação do ser em “ser alguma coisa”, Já que nos movemos em função das coisas. E foi justamente por isso ter se tornado hábito, que é tão difícil para o homem enxergar a grandiosidade do mesmo de forma muito anterior, ou como uma das razões pro desenvolvimento de seu intelecto. Sei que essa é uma afirmação audaciosa perante o egocentrismo humano, mas é também uma verdade que não pode deixar de ser dita: foi a partir da observação detalhada de cada movimento, que a inteligência do homem se desenvolveu de forma analítica, buscando mais.
Comprovações empíricas foram tomando o lugar da aceitação dos mitos, e surgiram, através da observação de movimentos (não importando como fossem chamados; reações, resultados, consequências), os primeiros estudos científicos. Einstein com a relatividade tempo/espaço, Newton com a gravidade, Galileu e Giordano com os astros e planetas, fizeram grandes descobertas para a humanidade, observando o movimento de cada um dos seus objetos de estudo, e isso é só para ilustrar. E então, que a ciência vive e funciona até os dias atuais. Sendo o advento da ciência e suas possibilidades, uma das coisas em que o homem contemporâneo mais se orienta/crê, pauto-me na mesma para lançar o desafio: Que possamos olhar para o movimento das coisas, sem o amparo da tecnologia, sem suposições e pré-conceitos, pois os que descobriram todas essas coisas, não dispunham desses fatores e por isso foram mais além.
Porque o movimento não é plausível de estereótipos, ainda que esteja representando algo. E como? Movimento nunca diz respeito a partes, e sim a abrangência do todo, pois se caracteriza sempre como interdependente. É uma relação infinita de pensamento-causa/movimento-consequência que permite, quase obriga, a visão de análise para a compreensão. E aqui, chegamos ao ápice: Será que o homem compreende REALMENTE o significado, a imensidão, e a importância do movimento, para além das funções cotidianas, para além da ciência? Será o homem ainda capaz de perceber singularidade e pureza em cada movimento, depois de tanto dessa mesma ciência? Será o ser, movimentado demais, ou de menos? Fica a minha reflexão inicial como impulso...


VENHAM SENTIR KINEMA!
por Mary Prieto